Nasceu em Varsóvia, Polônia, em 1922. Formou-se arquiteto na Romênia em 1945. Sua importância para o design brasileiro merece pesquisa, ainda não realizada. Além de ter sido dono da fábrica de móveis l’Atelier, de móveis modernos, Zalszupin liderou uma iniciativa ímpar: coordenou uma equipe de designers que trabalhavam para quatro distintas fábricas de um mesmo grupo empresarial, o grupo Forsa. Esta é uma experiência rara e talvez única no mundo.
Zalszupin imigrou para o Brasil em 1949 e, depois de uma breve estadia na capital da República, estabeleceu-se em São Paulo, cidade que entrava num ciclo de grande crescimento industrial e de grandes transformações culturais. Abriu escritório de arquitetura , tendo como sócio José Gugliota, na primeira metade dos anos 1950. Ao cansar-se de projetar e mandar fabricar móveis exclusivos para as residências de seus clientes, decidiu associar-se a um grupo de marceneiros e produzir pequenas séries. Assim surgiu a fábrica l’Atelier, que logo começou a fabricar móveis de escritórios e que passou de uma marcenaria de procedimentos artesanais a uma indústria com produção seriada. A primeira peça desta série foi feita em 1959 e é uma poltrona apelidada de ‘Dinamarquesa’ pelos funcionários. Construída de jacarandá e estofada, e ela tem pés palito e o desenho de seus braços e pés frontais lembram as colunas projetadas por Niemeyer para o Palácio do Alvorada.
No começo dos anos 1970, com sérios problemas financeiros, l’Atelier foi vendida para um grupo empresarial, que já era proprietário da Laminação Brasil (ferragens), da indústria de produtos plásticos Hevea e da fábrica de computadores Labo. A venda foi negociada com o ‘passe’ de Zalszupin como diretor de pesquisa e desenvolvimento de produtos. Desse modo, Zalszupin ampliou a equipe de designers – que já contava com Oswaldo Mellone – incorporando Paulo Jorge Pedreira e Lílian Weimberg, de forma permanente. Os designers batizaram o grupo empresarial de Forsa e passaram a atuar como laboratório de criação.
As possibilidades técnicas oferecidas por quatro distintas plantas industriais foram potencializadas pela equipe de designers. Desta forma, a Hevea, que produzia commodities plásticas, ganhou uma linha de produtos muito sofisticada no desenho e firmou uma marca, a Eva, de utensílios domésticos, vendida em supermercados. A própria l’Atelier passou a usar o plástico injetado, produzindo painéis divisórios para escritórios e licenciando a cadeira de concha de polipropileno Hille desenhada por Robin Day. Além dos produtos que foram ao mercado, a equipe de design do grupo Forsa testou dezenas de novas idéias, que formam extraordinário acervo a ser pesquisado e que, certamente, muito influíram na base de atuação de Oswaldo Mellone e de Paulo Jorge Pedreira.
A crise dos anos 1980 afetou profundamente o desempenho das empresas do grupo Forsa. A equipe de design se dissolveu no final da década. Oswaldo Mellone e Paulo Jorge Pedreira abriram seus escritórios individuais e Jorge Zalszupin dedicou-se exclusivamente a arquitetura, atividade que nunca abandonara.